quarta-feira, 28 de abril de 2010

O ESPELHO NO OUTRO

Eu e ou outro,
O outro e eu.

Paro um instante...
Vejo a face pueril e,
Detenho-me em lembranças da inocência: tudo pureza!

Caminho...
Contemplo a puberdade e,
De saudades o coração palpita em lágrimas
Por lembrar do proibido: vivido!

Mais passos no tempo...
Encontro a juventude e, incerto
Dou meus passos de quando o era.

Adianto-me...
E enxergo-me na velhice e,
Percebo que as forças e a formosura se foram.

Fico no espelho, no outro.
Contemplo faces límpidas,
Mãos atrofiadas, pés amputados,
Cabelos caídos,
Órgãos mutilados por vícios, doenças, toxinas.

Saio pela rua,
Praças,
Calcadas,
Hospital,
Lugares mil e,
Vejo-me em cada semblante, com tal.

E, no silêncio imagético
Cubro-me da certeza de que eu e o outro
Somos espelhados para a decadência de uma matéria,
Que não se basta.

Precisa caminhar para se vê no espelho da espiritualidade em cura: Deus.

Autor: Rubens Martins da Silva / GYN - 28/04/2010.

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