segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

POPULAR

O dia revelava mais uma manhã de brisa suave.
O cardápio revelava o delicioso cheiro de um “picadinho de carne com abóbora”, seguido de uma “macarronada” com dois saborosos sucos de caju e de tamarindo. Tudo estava pronto! A fila para a compra de ingressos já estava organizada. Custava apenas R$ 1,99 (Um real e noventa e nove centavos) a refeição, que por falta de troco era arredondada nos R$ 2,00 (dois reais). Mas tudo bem, não era justo causar confusão por R$ 0,01 (um centavo). Para tomar um suco era necessário mais R$ 1,00 (um real).
A fila andava rapidamente. O porteiro conferia os cupons e autorizava a entrada. Outra fila estava organizada para que os cozinheiros servissem a tão esperada “refeição popular”. Durante a espera por “minha vez” para receber os alimentos comecei a olhar para os lados, contemplando as pessoas que lá estavam.
Calmamente passei os olhos por todos e, em razão das vestimentas e cartões dependurados nos pescoços passei a identificar os cidadãos. Primeiramente pude perceber a presença de meus amigos da igreja e, ainda os de contatos em decorrência do trabalho. Vi também meus colegas professores, por sinal, faziam destaque ante a grande maioria.
Os profissionais autônomos, os mototaxistas eram muitos. Os vendedores de lojas com seus crachás faziam suas propagandas involuntárias. Os funcionários de bancos lá estavam também, aproveitando daquela refeição. Alguns estudantes davam graça nas filas e nas mesas que já estavam quase todas ocupadas. Os aposentados, acompanhados de seus netos comentavam que aquela refeição além de gostosa era de um valor mórbido.
Demorei uns vinte minutos para terminar minha refeição e, também para observar as pessoas conhecidas ou não que ali chegavam. A cada rosto contemplado eu pensava comigo: ainda bem que aqui tem muita gente famosa neste “restaurante popular!”.
Após aquela refeição dei tchau para alguns, dizendo pra mim mesmo: Este é um lugar ideal para meus almoços durante a semana! Aqui eu posso ver muita gente e, defender que somos “populares”, inclusive para deliciarmo-nos de refeições servidas popularmente.
Se você é popular ou não, o importante é que almoçar no “restaurante popular”, na cidade de Araguaína-TO, é a melhor atitude que podemos fazer. Afinal de contas, a popularidade é que nos faz viver o caráter da simplicidade.
Lembre-se de almoçar em um “restaurante popular”. Lá você encontrará seus amigos e profissionais das mais diversas áreas, inclusive os professores, igual a mim.
Bom apetite popular!

terça-feira, 5 de julho de 2011

CIRCO DA INFÂNCIA


Hoje tem espetáculo? Tem sim, senhor!
Às oito horas da noite? É sim, senhor!
Assim vivia as crianças da pequena cidade interiorana. Tudo era festa, todos os dias da semana. No circo se reuniam os amigos para apresentação dos mais belos espetáculos!
Uns faziam acrobacia, outros se equilibravam no cilindro!
Aplausos!
O mais corajoso caminhava sobre os vidros quebrados e dispostos numa caixa de papelão. Força!
Coberto de palha, o circo era o lugar da felicidade!
Nele todos sorriam e se deixavam levar pelas emoções de uma vida quase real. O pouco de arte que faziam dava a sensação do esquecimento dos sofrimentos da dura vida levada na roça: local em que trabalhavam, sol a sol, para ter o pão da sobrevivência.
Vencedores!
A vida é um circo que começa na infância. Alguns vivem das constantes alegrias, outros fazem das poucas alegrias um instante de vida!
Saudades!
São as marcas que permanecem nos corações dos adultos que outrora foram crianças, de um circo infantil na tentativa de aliviar suas dores, suas mazelas, sua pobreza.
Circo!
É assim a vida: de choro que se verte em sorriso!
Pena que a infância não volta!


Coleção: Minhas crônicas (Rubens Martins)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Lágrimas




Os olhos já estão ressequidos,
mas o coração ainda chora
e, escorre em lágrimas a toda hora
na tentativa de reviver os sonhos perdidos!

Prof. Rubens Martins - ARN-T021/06/2011

domingo, 15 de maio de 2011

FAMÍLIAS ABENÇOADAS

FAMÍLIAS ABENÇOADAS
Gênesis 28.14b)

Desde Adão e Eva, a família forma a base fundamental da sociedade em todos os povos. Verdade é que as famílias sofreram fortes transformações em sua trajetória histórica, mas não perderam a essência divina: uma instituição criada por Deus. Conceitualmente a família é formada de um pai, mãe, filhos e, ainda de seus descendentes consaguíneos. Mas acima disso, a família é uma unidade espiritual.
A família é importante porque desempenha o papel de socialização dos indivíduos, seu comportamento ideológico ante os hábitos, costumes, valores e padrão de comportamento. Devido o contexto de laços entre seus membros, a família sustenta o sentido de pertencer ao outro como apoio em todos os momentos de sua existência. Sabe-se que o ser humano, em sua trajetória existencial tem a necessidade de pertencer a uma família e, dela fazer seu ponto de apoio, de valorização, de referência, de amor próprio, de autoestima, de confiança e de segurança nos caminhos que percorrerá.
Pela bíblia compreendemos grandes resultados para o significado de viver em família. Aprendemos com a família de Abraão e Ló em (Gênesis 12.1-2; 13.1-8), de Jó em (Jó 1.1-3,8; 42,12-17), do carcereiro em (Atos 16.25-33) e de Jesus Cristo em (Mateus 1.18-21). As lições destas famílias revelam importantes lições para nossas famílias hoje. Que desafios enfrentam nossas famílias? Somos famílias alicerçadas nos mandamentos de Deus? Somos famílias abençoadas?

Rubens Martins
rubensassessorialp@gmail.com

quinta-feira, 12 de maio de 2011

A Ordem simbólica do e no sujeito

Althusser define que o sujeito se constitui na Ideologia simbólica. Tal simbolismo é responsável pela filiação à Ordem, que é o ser-do-Outro, conforme acentua Sartre. Por este, o sujeito, em estado de crescimento ou de ideologização se vê no ser-aí-no-Outro.
Constantemente o sujeito reproduz a Ordem ideológica. Para o sujeito no estado de gênero cabe seguir o processo que legitima os efeitos masculinos e femininos. Aos meninos (crianças) cumpre seguir os ritos de sua propriedade: usar a cor “azul”, falar “palavrões”, brincar de “carrinho”. Para as meninas (crianças), o gênero ideológico forma a Ordem por cumprir os ritos das “brincadeiras de boneca”, cuidar da “casa, ser “carinhosa”. Esse foco dá assentamento ao que todos os meninos e meninas fazem. Com isso, estabelece-se a Ordem no Outro. Sequencialmente o sujeito em gênero adulto (masculino ou feminino) reproduzirá tudo o que o Outro faz como ideologia reveladora do assujeitamento transitório.
Nesta Ordem simbólica, o sujeito transita no processo existencial, revelando-se no Outro. A este sujeito cumpre romper a Ordem para modernizar-se, vez que a transparência suscitada apenas legitima o sujeito como refém do Outro.
Constituído como um sujeito em Ideologia, o foco simbólico que se deve buscar reside no teor da discursividade. Modernizar a Ordem é transitar por ela sob o efeito flutuante da língua, da significação, da simbologia, da história (de meninos e meninas) em processo evolutivo, cujo foco se dá na interpretação da História, a qual deixa de ser Ordem para atualizar os sentidos do sujeito em estado de carência de viver em Si.
Notadamente a Ordem sempre constituirá a simbologia do e no sujeito. Mas ao sujeito em movimento e, sempre em busca de filiações ideológicas cumpre romper a tradição Ideológica (o Outro) para satisfazer seu Eu, que também se constitui de uma identidade transitória. Por isso e, em suma, tanto a Ideologia (a Ordem) quanto o sujeito (em busca do ser-aí-no-Outro) se constituem em processos transitórios devido a tentativa de transparência de ambos não encontrar legitimidade, apenas discursividade.

ARN-TO., 12/06/2011