segunda-feira, 21 de junho de 2010

ÁGAPE AMOR

Vozes ressoam a êxtase de um amor hetaírico
E, presas em interesses messalânicos
O deturpam pelas veredas sardanapolônicos,
Tudo para enraigar o presságio de que ainda assim ele o é sibarítico.

Mas pelo elo que me prendo a seu fogo,
Traço meus suspiros ágapes
Para vivê-lo em profundo apego,
E, na certeza onírica de sua ardência fincar-me em seus ares.


Prof. Rubens
Mestrando em Letras - Literatura e Crítica Literária
Goiânia, 21/06/2010

quarta-feira, 28 de abril de 2010

O ESPELHO NO OUTRO

Eu e ou outro,
O outro e eu.

Paro um instante...
Vejo a face pueril e,
Detenho-me em lembranças da inocência: tudo pureza!

Caminho...
Contemplo a puberdade e,
De saudades o coração palpita em lágrimas
Por lembrar do proibido: vivido!

Mais passos no tempo...
Encontro a juventude e, incerto
Dou meus passos de quando o era.

Adianto-me...
E enxergo-me na velhice e,
Percebo que as forças e a formosura se foram.

Fico no espelho, no outro.
Contemplo faces límpidas,
Mãos atrofiadas, pés amputados,
Cabelos caídos,
Órgãos mutilados por vícios, doenças, toxinas.

Saio pela rua,
Praças,
Calcadas,
Hospital,
Lugares mil e,
Vejo-me em cada semblante, com tal.

E, no silêncio imagético
Cubro-me da certeza de que eu e o outro
Somos espelhados para a decadência de uma matéria,
Que não se basta.

Precisa caminhar para se vê no espelho da espiritualidade em cura: Deus.

Autor: Rubens Martins da Silva / GYN - 28/04/2010.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sonho Afogado

Rio Tocantins:
Águas que regam terras,
Que alimentam vvidas,
Que perpetuam espécies, mas
Que levam sonhos.
Sonhos do lavrador,
Do pescador,
Do agricultor,
Do artesão,
Do barqueiro,
Do canoeiro,
Do garimpeiro,
Do aventureiro e,
Do cidadão.
Que por terem seus sonhos afogados nas imensas águas do lago hidrelétrico passaram a viver sem sonhos, sem destino.
Apenas com um grande desatino: A vida em sofrimento interno.
Em tristeza todos os sonhos serão levados,
E, em prantos se manterá a esperança dos dias sonhados.
Por isso, Tocantins você será o Rio que passou e,
Por ambição humana conseguiram afogar-te!

Texto de autoria do professor Rubens Martins em 09/04/2010.